terça-feira, 14 de abril de 2009

Sobre A Violência

A corrente impetuosa é chamada de violenta
Mas o leito do rio que a contém
Ninguem chama de violento.

A tempestade que faz dobrar as betulas
E tida como violenta
E a tempetasde que faz dobrar
Os dorsos dos operarios na rua?

domingo, 12 de abril de 2009

Se Fossemos Infinitos

Fossemos infinitos
Tudo mudaria
Como somos finitos
Muito permanece.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Refletindo Sobre O Inferno
Refletindo, ouço dizer, sobre o inferno
Meu irmão Shelley achou ser ele um lugar
Mais ou menos semelhante a Londres.
Eu Que não vivo em Londres, mas em Los Angeles
Acho, refletindo sobre o inferno,que ele deve
Assemelhar-se mais ainda a Los Angeles.
Também no inferno
Existem, não tenho dúvidas, esses jardins luxuriantes
Com as flores grandes como árvores, que naturalmente fenecem
Sem demora, se não são molhadas com água muito cara.
E mercados de frutas
Com verdadeiros montes de frutos, no entanto
Sem cheiro nem sabor.
E intermináveis filas de carros
Mais leves que suas próprias sombras, mais rápidos
Que pensamentos tolos, automóveis reluzentes, nos quais
Gente rosada, vindo de lugar nenhum, vai a nenhum lugar.
E casas construídas para pessoas felizes, portanto vazias
Mesmo quando habitadas.
Também as casas do inferno não são todas feias
Mas a preocupação de serem lançados na rua
Consome os moradores das mansões não menos que
Os moradores do barracos

domingo, 5 de abril de 2009

Um homem pessimista
É tolerante.
Ele sabe deixar a fina cortesia desmanchar-se na língua
Quando um homem não espanca uma mulher
E o sacrifício de uma mulher que prepara café para seu amado
Com pernas brancas sob a camisa -Isto o comove.
Os remorsos de um homem que
Vendeu o amigo
Abalam-no, a ele que conhece a frieza do mundo
E como é sábio
Falar alto e convencido
No meio da noite.

domingo, 22 de março de 2009

Eu Sempre Pensei:
as mais simples palavras
Devem bastar.
Quando eu disser como e
O coração de cada um ficará dilacerado.
Que sucumbirás se não te defenderes
Isso logo verás.
O Nascido Depois
Eu confesso: eu

Não tenho esperança.
Os cegos falam de uma saída.
Eu
Vejo.
Após os erros terem sido usados
Como última companhia, à nossa frente
Senta-se o Nada.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Para Ler De Manhã E À Noite

Aquele que amo
Disse-me
Que precisa de mim.
Por isso
Cuido de mim
Olho meu caminho
E receio ser morta
Por uma só gota de chuva.